O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) surpreendeu ao anunciar durante uma reunião ministerial, nesta quinta-feira (8), que devolverá à União o relógio de ouro que recebeu em 2005, durante seu primeiro mandato. A decisão de Lula ocorre mesmo após o Tribunal de Contas da União (TCU) ter autorizado que ele permanecesse com o item, alegando falta de uma regulamentação clara sobre o tratamento de presentes recebidos por autoridades.
Em sua declaração, Lula afirmou que entrou em contato diretamente com o presidente do TCU para informar sua decisão. Segundo o presidente, sua intenção é evitar que o caso seja utilizado como justificativa para proteger seu antecessor, Jair Bolsonaro. “Não quero ser pretexto para salvar Bolsonaro”, teria dito Lula durante a reunião.
A devolução do relógio vem em um momento de crescente escrutínio sobre os presentes recebidos por autoridades públicas e sua destinação, especialmente após a gestão Bolsonaro ter sido alvo de questionamentos por supostos recebimentos de itens de luxo.
Com sua decisão, Lula busca se distanciar das práticas questionadas da administração anterior e reforçar a imagem de transparência e respeito às instituições. A devolução do relógio também serve como um posicionamento político, uma vez que o presidente fez questão de criticar Bolsonaro, apontando possíveis irregularidades no trato com bens recebidos durante o mandato presidencial.
O relógio em questão, um item de luxo, foi oferecido a Lula durante uma visita oficial ao exterior em 2005. O presente, que havia gerado debates sobre se deveria ser incorporado ao acervo pessoal do presidente ou devolvido ao patrimônio da União, agora retorna ao governo como símbolo do compromisso de Lula com a ética na administração pública.
Este episódio ocorre em meio a uma série de medidas do governo Lula voltadas a reforçar a transparência e a ética no setor público, um esforço que contrasta com as frequentes críticas dirigidas à gestão de Bolsonaro. O desfecho do caso do relógio pode ainda trazer novos desdobramentos sobre como outros itens de valor recebidos por autoridades serão tratados no futuro.
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